domingo, fevereiro 27, 2011

SAUDADES DOS ANTIGOS CARNAVAIS.

Oh! Que saudades que eu sinto
Dos carnavais de outrora,
Tão doces como a aurora
Dos meus tempos de rapaz!
Que sambas, hinos e marchinhas,
Naqueles dias ditosos,
Que em ritmos calorosos
Bem sei que não voltam mais!

Como eram belas as festas
Das ruas e dos salões
Ao agitar dos balões,
Confetes e serpentinas!
E eu, feliz a cantar,
Qual pierrô apaixonado,
Pulava alegre, assanhado,
Entre lindas columbinas!

Tudo era sonho e amor
Alegria, paz, prazer,
Que da noite ao amanhecer
Só me trazia alegria!
Cansado, mas satisfeito,
Voltava ao lar, bem contente,
E cantava alegremente
A mais doce Poesia!

Entre sonhos, fantasias,
Ilusões e devaneios
Eu brincava, sem receios,
Os meus dias de folia!
Tudo em mim se completava
Na doçura da ilusão,
Que ao pulsar da emoção
O meu peito consumia!

Ouvia canções saudosas
Da mais pura poesia.
Lembro uma que assim dizia:
"Tristeza, por favor, vá embora..."
E ao relembrar esse Canto
A saudade me corrói,
Dentro de mim ela dói,
Minh'alma se cala e chora!

Hoje, velho e sem saúde,
Sem amor e fantasia,
Triste é a minha alegria,
Que se queda em tristes ais!
Já se foram os meus amores,
Não há mais sonho dourado,
Tudo remonta ao passado,
Aos meus antigos carnavais!...

Guardo apenas na lembrança
Essas quimeras saudosas
Dos meus tempos cor-de-rosa,
Que sei que não voltam mais!
A saudosa juventude
Partiu de mim, foi embora...
Já não sinto o alvor da aurora,
Dos antigos carnavais!

Oh! como sinto saudades
Dos carnavais de outrora
Tão doces como a aurora
Dos meus tempos de rapaz!
Que sambas, hinos e marchinhas,
Daqueles dias ditosos,
Que em ritmos calorosos,
Bem sei que não voltam mais!

Autor: J. Udine.

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

OÁSIS FEMININO.

Teu corpo tem mil oásis de bonança!
Da tua úmida fonte prazerosa,
O beduíno encontra a esperança 
De paz e amor, em formato de rosa.


De ti, colhem-se os pêssegos na aurora,
E a maçã suculenta na relva verde...
Ao cantar dos teus lábios de pandora,
Em amor, se sente a fome e sente a sede...


Teu corpo abriga vales e colina.
É lugar fértil, de água cristalina,
Onde o viajor encontra o seu descanso...


Ao sabor do morango de tua boca,
Todos os frutos teus, em ânsia louca,
São dádivas em meio ao teu remanso...


Autor: J. Udine - 17-02-2011

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

O AMOR NA TERCEIRA IDADE.


É na Terceira Idade que o amor se matura.
Nessa fase, ele se faz tranqüilo e sereno,
A unir corações, em busca de ventura,
Num sublime momento de um viver ameno...

Longe da afobação própria da juventude,
O amor, agora, canta em ritmo e em cadência,
Qual se fora um poema, ao som da harpa ou alaúde,
E que faz mil acordes, de áurea efervescência...

É na Terceira Idade que o amor se consagra...
Não importa se por força da mente ou do Viagra,
Pois, é nessa áurea fase que nasce a primavera...

Como dois cisnes enamorados, nos lagos,
Juntinhos, o casal se ama, em doces afagos,
Enquanto houver seu lume de luz e quimera...

Autor: J. Udine – 24-01-2011.

METAPOEMA.

METAPOEMA.


"A Poesia é mágico oceano:
Cabe ao poeta nele navegar
Em seu barco de nômade-cigano,
Para poder em si se reencontrar...

A Poesia nasce à luz do arcano.
Ela encerra mistérios do pensar,
Do amar e do viver em seu insano
Papel de fazer o poeta sonhar...

Poesia e Poeta, em simbiose,
Nutrem-se da mesma árvore-virtuose,
Para os pomos a todos ofertar...

A Poesia tem cetro e diadema:
É a rainha-mãe de cada poema
Que nasce para o mundo consolar...



_Autor: J. Udine – 26-01-2011.

POETA BURGUÊS X POETA-PROLETÁRIO.



"Poeta-burguês traz anel de doutor
No seu dedo anular da mão direita.
Da pedra azul topázio, em esplendor,
Surgem poemas para a classe eleita...

O poeta-burguês fuma charuto
Cubano e bebe uísque de doze anos...
No eixo Rio-São Paulo, reina absoluto
Por força dos seus versos puritanos...

Já o vate-proletário não tem vez...
No Sul do Brasil, ele é ofuscado
Pela bandeira do bardo-burguês...

Assim a Poesia verte o seu orvalho
De protesto e dor pelo aedo Carvalho,*
Nosso poeta-maior, sem voz e vez..."




_Autor: J. Udine – 03—01-2011.

DEUSA XAMÂNICA.

Autor: J. Udine . Fevereiro de 2011.

DEUSA XAMÂNICA.




"Entre nuvens vermelhas de arrebóis,
Vejo a deusa xamânica dos meus sonhos:
Ela é a minha Poesia de mil sóis,
Dos meus dias vazios e tristonhos...

Contemplo-a, entre nuvens, junto à lua
Cheia, contemplativa e calorosa.
Ao seu lado, a sua águia, que flutua,
Traz a beleza de uma etérea rosa...

Ante a visão da noite aura e louçã,
Pedi à lua e à deusa, com afã,
Para que, juntas, eu as contemplasse...

Mas, a Lua, invejosa e ciumenta,
Agitou-se entre vãs nuvens cinzentas,
E ocultou-me da deusa a linda face..."

DIVINO E UNIVERSAL.

DIVINO E UNIVERSAL



"Digam-me: que Pintor é esse que, no fim da tarde,
Pincela, com tintas sanguíneas, o arrebol?
Por favor, queiram refletir, sem nenhum alarde:
Como é que Ele consegue usar as tintas do Sol?

Que Artista é esse que pinta em luz a doce aurora?
Que mãos são essas que pintam o céu todo azul?
Quem é esse Pintor incrível que, a cada segundo, a cada hora,
Matiza cores: matas, astros, a Terra blue...?

Que Pintor é esse que pinta todo o Universo
E põe Luz colorida na escrita e no verso
Do Poeta? Digam-me, oh, prezados amigos meus!

Os pios corações, em sensibilidade,
Na fé e na razão, à luz da Eternidade,
Crêem ser esse Divino Artista - o Astro Deus!"



_Autor: J. Udine - 21-06-2010.

SONETO DE AMOR-ÁGAPE.

SONETO DE AMOR-ÁGAPE.



"Dentre todos os tipos de amor existentes,
Um se destaca pela excelsa perfeição:
O Amor de Deus - que se propaga eternamente
Ao mais recôndito do nosso coração!...

É o chamado Amor-Ágape: Partilha e Pão!
Amor divino e transcendente em misericórdia.
Jesus morreu na Cruz por nossa Salvação,
Provando, assim, Sua Paz e concórdia!

"Deus é Amor!": clama o Evangelho de São João.
Amor eterno de sublime mansidão
A tocar nossa alma em constante alegria...

É o Amor Verdadeiro de perene Luz,
Que nos Liberta, Salva e Cura: meu Jesus,
És,sim, a maior Fonte de Amor e Poesia!..."


_Autor: J. Udine - 16-05-2010.

AS MÃOS DE FRANCISCO DE ASSIS...


SOBRE AS PALMAS DA MÃOS DE SÃO FRANCISCO
POUSAVAM OS ENCANTADOS PASSARINHOS...
BEM FELIZES, CANTAVAM, SEM BELISCO,
COMO SE CONFORTADOS EM SEUS NINHOS

ESTIVESSEM...AS MÃOS DO HOMEM DE ASSIS
ERAM REPLETAS DA DIVINA LUZ,
E, POR ESPOSAR A POBREZA, QUIS
SEGUIR OS MESMOS PASSOS DE JESUS...

AS MÃOS DE SÃO FRANCISCO, CARIDOSAS,
EXALAVAM O AROMA DE MIL ROSAS
EM SUA ESSÊNCIA DE ESPALHAR A LUZ...

SUAS ABENÇOADAS MÃOS CHAGADAS
ASSIM COMO AS DE CRISTO, PERFURADAS,
TRAZIAM OS ESTIGMAS DA CRUZ!...

AUTOR: J. UDINE - 08-02-2011.